19% dos empregados foram selecionados intermediariamente

27/04/2017 19h56 - Atualizado em 29/04/2017 23h28

Uma pesquisa disponibilizada, recentemente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2015, havia no Brasil 9,8 milhões de empregados no setor privado que foram contratados de forma indireta. Este número corresponde a 18,9% do total de 51,7 milhões de empregados no país naquele ano - incluindo os trabalhadores domésticos.

Entre os contratados de forma intermediária, 64,7% foram contratados por intermédio de pessoa física, enquanto para 30,4% a intermediação foi feita por empresas intermediárias. O IBGE destacou que a forma intermediária de contratação não configura terceirização trabalhista.

-A terceirização pode estar incluída neste dado, mas não o define. Nós não investigamos o vínculo trabalhista. Foi perguntado ao entrevistado se ele foi contratado de forma direta ou indireta. Então, essa pesquisa não tem elementos suficientes para identificar a terceirização-, ressaltou Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa.

De acordo com o pesquisador, um trabalhador que foi direcionado a uma vaga de emprego através de uma agência, por exemplo, teve a contratação feita de forma intermediária e não terceirizada.

O setor de construção era o que mais contratava de forma intermediária. Dos cerca de 4 milhões de trabalhadores do setor, 28,3% foram contratados por intermédio de terceiros. O setor de serviços, que respondia por 48,1% do total de empregados do setor privado, era o segundo com maior percentual de contratação indireta (20,6%).

A indústria, com 8,3 milhões de trabalhadores (16,1% do total de empregados do setor privado), aparecia em terceira posição comparando o número de contratações intermediárias (17,9%). Já dentre os 10,7 milhões de empregados do setor de comércio e reparação (20,8% dos trabalhadores do setor privado), 16,9% tinham contrato intermediado.

No setor agrícola, com contingente de 3,6 milhões de trabalhadores (7,1% do total de empregados do país), apenas 5,1% eram contratados de intermediariamente.

Dentre os profissionais que recebiam entre meio e um salário mínimo, 20% foram contratados indiretamente. Na faixa salarial entre um e dois salários mínimos, este tipo de contratação atingia 19,6% do total. O menor percentual de contratações intermediárias no recorte pela faixa de rendimento foi identificado entre os trabalhadores que ganhavam mais de cinco salários mínimos (17,2%).

A pesquisa mostrou ainda que do total de empregados do setor privado do país, 205 mil não recebiam remuneração. O IBGE considerou que a maioria destes eram de familiares dos donos das empresas que, apesar do vínculo trabalhista, não recebiam salário direto.

Além disso, o levantamento mostra que 58,6% dos empregados do setor privado não obtinham vale alimentação e 51% não recebiam nenhum outro tipo de benefício. Já 62,7% disseram receber algum tipo de capacitação profissional por parte do empregador e 85,2% consideravam ter flexibilidade no horário de trabalho.

Na pesquisa também é informado que 60,1% dos 51,7 milhões de trabalhadores do setor privado se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos com relação ao nível do salário e gratificações trabalhistas. O IBGE destacou que os mais satisfeitos eram homens, brancos e com mais de 50 anos de idade.

O levantamento do IBGE faz parte de um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que buscou quantificar os indicadores de trabalho decente no país. A pesquisa foi feita em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) que considera como trabalho decente, entre outros fatores, aquele que esteja associado à proteção social.
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