Criativos tem salários maiores que a média

07/04/2017 07h46 - Atualizado em 30/04/2017 13h42

Os trabalhadores criativos obtiveram remunerações até duas vezes maior do que empregados de outras áreas em 2015, segundo estudo da Firjan. As remunerações dos criativos chegaram a R$ 6.270, enquanto o rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.451,00 no mesmo período.

O estudo também aponta que a publicidade foi o segmento que mais cresceu em número de empregados: foram 19 mil postos de trabalho criados, um crescimento 17% em relação a 2013.

Os pesquisadores da Firjan Tatiana Sánchez, Joana Siqueira, Cesar Bedran e Gabriel Bichara Santini Pinto, responsáveis pela pesquisa, concedem o salário mais elevado do setor criativo ao nível de qualificação e a especificidade do trabalho criativo. "A indústria criativa demanda trabalhadores com grau de formação e especialização cada vez mais elevado. Criativos gostam de desafios e são retribuidos por isso".

Esse profissional trabalha na indústria criativa que tem como propósito principal a fabricação de produtos funcionais, podendo integrar elementos criativos em processos mais amplos, como na arquitetura e design. Em 2015, quatro em cada cinco profissionais criativos também trabalhavam em outras empresas que não tenham departamentos criativos.

Em 2015, o Brasil haviam 851,2 mil profissionais criativos formalmente empregados, frente aos 850,4 mil, registrados em 2013, distribuídos em quatro grandes áreas criativas segmentadas pela Firjan: consumo, cultura, mídias e tecnologia. Entre essas quatro áreas, consumo e tecnologia respondem por mais de 80% dos trabalhadores criativos na economia brasileira em 2015. A área do consumo é a que mais tem profissionais, sendo que menos da metade deles são criativos brasileiros (44,2% do total). Na tecnologia, manteve-se a tendência de crescimento já apresentada nos últimos anos, com a expansão de 2,4% entre 2013 e 2015, apesar da moderada redução no número de trabalhadores empregados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no período.

Olhando em outro ponto, as áreas de mídias e consumo registraram perda de trabalhadores formais entre 2013 e 2015: -6,2% e -1,2% respectivamente.

"Será necessário fazer cada vez mais com cada vez menos, avançando nas agendas de eficiência e otimização de recursos, financeiros ou não. Este é o momento de renascimento e reorganização da economia, no qual a área criativa terá papel estratégico. Criativos buscam soluções para as questões que já existem e, mais importante, para aquelas que sequer estão totalmente formuladas", afirmaram os pesquisadores.

O estudo "Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil: os profissionais criativos no cenário de crise" está no Atlas Econômico da Cultura, lançado pelo Ministério da Cultura na quarta-feira (5).
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