Polícia investiga fraudação de concursos

10/05/2017 20h56 - Atualizado em 14/05/2017 22h50

Pelo menos outras 21 pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Civil da Paraíba como suspeitas de integrar o grupo criminoso que teria fraudado pelo menos 60 concursos públicos em seis estados do Nordeste. De acordo com o delegado de defraudações e falsificações de João Pessoa, Lucas Sá, o número final de pessoas envolvidas no esquema das fraudes pode passar de 40 até o fim das investigações.

A Operação Gabarito foi começou no domingo (7), quando 19 pessoas foram presas em João Pessoa e no Rio Grande do Norte, durante a realização do concurso do Ministério Público do RN. Os suspeitos fraudavam documentos para facilitar empréstimos para pagar a fraude, diplomas para ingresso no cargo e gabarito da prova. Entre os presos estão dois irmãos, apontados como líderes do grupo e já aprovados em 29 concursos. A quadrilha pedia até R$ 150 mil para vender o "kit completo" de aprovação.

-Além das pessoas que foram presas no domingo, temos estes outros suspeitos que já foram identificados e só não foram presos em flagrante pois não estavam atuando neste concurso específico. O grupo é grande e os membros se revezam de acordo com o concurso. O importante é que já sabemos quem são estas pessoas e agora vamos buscar a prisão preventiva delas-, explica Lucas Sá.

A audiência de custódia dos 19 presos no domingo sucedeu-se na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça manteve a prisão dos suspeitos. O delegado declara que as fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor desembolsado pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.

O esquema era efetuado através de de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas. -Eles repassavam as informações para os -professores-, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos-, comenta Lucas Sá.

De acordo com o delegado, os -clientes- do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais. -São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento-, informa o delegado.
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