Presos da Operação 'Gabarito' já respondiam por fraudes

09/05/2017 19h14 - Atualizado em 22/05/2017 09h23

Quatro suspeitos foram presos na Operação Gabarito, na Paraíba, mas já respondiam em liberdade por fraudes em concursos, conforme informado pelo delegado de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF), Lucas Sá. A Polícia Civil desarticulou um grupo suspeito de fraudar pelo menos 60 concursos desde 2005.

A policia desconfia que estes quatro homens sejam líderes do esquema. Sendo que um deles, José Marcelino da Silva, foi preso por fraude em um concurso para auditor fiscal no município de Olinda, em Pernambuco, em 2014. José foi pego em flagrante e liberado e estava cumprindo medidas cautelares.

Os outros três suspeitos - Flávio Borges, Vicente Borges e Kamilla Marcelino - não chegaram a ser presos, mas respondiam por fraudes no concurso do Conde, no Litoral Sul da Paraíba, em 2016, em uma investigação do Ministério Público.

"A defesa entende que nada de concreto existe. Vamos aguardar a finalização desse inquérito. Repito e sou exaustivo, até hoje, não existe nada de contundente contra esses rapazes", anunciou o advogado de defesa dos suspeitos, Aécio Farias.

A operação ocorreu no domingo (7), quando 19 suspeitos foram presos em João Pessoa e no Rio Grande do Norte, durante um concurso do Ministério Público do Rio Grande do Norte. De acordo com o delegado Lucas Sá, outras 21 pessoas ainda são procuradas por envolvimento no esquema.

Como o esquema fraudava concursos

As fraudes tiveram início em 2005, e cerca de de 500 pessoas tiveram privilégios com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor desembolsado pelos criminosos chegava a R$ 18 milhões. A audiência de custódia dos 19 presos no domingo aconteceu na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça manteve a prisão dos suspeitos. A polícia ainda investiga a participação de mais 21 pessoa no crime.

Todo o esquema tinha andamento através de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que realizavam as provas. -Eles repassavam as informações para os -professores-, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos-, explica Lucas Sá.

De acordo com o delegado, os "clientes" do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais. -São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento-, informou o delegado.
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