"O Banco do Brasil tem hoje, no Estado do Rio de Janeiro, déficit de cerca de 250 escriturários. De fato, há uma grande necessidade de pessoal. Sob o ponto de vista prático, isso tem impactado na qualidade do atendimento, apesar de todo o esforço dos funcionários." Essa é a fala do gerente-geral de uma agência no Estado do Rio de Janeiro, que preferiu não se identificar, mas que se mostrou bastante preocupado com a situação do quadro de pessoal do banco, que não realiza concurso público no Rio desde 2013, e está sem um cadastro de aprovados válido desde setembro, ou seja, há mais de um ano.
O gerente foi enfático ao dizer que as saídas de funcionários continuam acontecendo, sem ser repostas, e acredita que os concursos necessários não foram realizados, porque o banco seguiu a tendência do governo, de cortar gastos. "O Banco do Brasil é uma empresa de economia de mista, e seu presidente é indicado pelo ministro da Fazenda. Ou seja, há prestações ao governo e, por isso, precisa seguir o regramento de redução de gastos. Acredito que foi por isso que o banco não abriu os concursos. Necessários eles são", completou.
Um eventual novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), como vem sendo ventilado pela imprensa, resultaria na saída de 18 mil funcionários. Isso tornaria os concursos, que já são necessários, inevitáveis, segundo sindicalistas. Além do Rio, o banco não tem mais cadastro de reserva nos estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, além do Distrito Federal. Um concurso para os seis primeiros estados chegou a estar previsto, mas, por conta da crise, não aconteceu. O cargo de escriturário exige o nível médio completo e tem ganhos de R$3.952,03. O regime de contratação é o celetista.