Campinas terá nº reduzido de temporários desde 2012

12/11/2016 12h22 - Atualizado em 20/11/2016 15h03

O comércio da região central de Campinas prevê o menor número de contratações de funcionários  temporários desde o Natal de 2012, esses dados foram obtidos com dados da Associação Comercial de Campinas (Acic). Devem ser contratados 1.745 profissionais, 1.282 a menos do que há quatro anos, quando a expectativa alcançava a casa dos 3.027.

Comparado a 2015, a queda chega a 4,9%, mas no comparativo com 2014, a redução é ainda maior, atingindo 46%. Os dados são referentes a lojas associadas da Acic.

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Para a vice-presidente da Acic, Adriana Flosi, a redução de vagas na região central está atrelada ao desemprego no país, reflexo da crise econômica que retirou 12 milhões de vagas no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Paralelo a isso, os empreendedores tiveram, segundo ela, que se adaptar com a nova realidade do mercado central, que está voltado para consumidores de baixa renda.

“Isso teve para o lojista um efeito pedagógico, de tentar fazer mais com menos. É continuar vendendo, mas com redução de custos e apostando em uma melhor eficiência no processo de atendimento e de venda. Por isso, diminuíram a contratação de temporário”, contesta Adriana.

O momento não é favorável também para o emprego formal no setor varejista. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre os meses de janeiro e setembro foram fechadas na cidade 2.724 vagas.

Foram contratadas 24.096 pessoas, mas foram demitidos 26.820. Quedas foram registradas também em 2015, 2014 e 2013, mas em 2012 foram geradas 1.862.

Em contrapartida, os números de vagas de caráter temporário de trabalho  terá uma ligeira melhora nos shoppings na cidade.

Serão 3.570 contratações em Campinas, 0,99% superior a 2015, segundo a Acic. Mas o número é inferior ao de 2014, quando foram abertas 5.801 vagas.

A maior oferta de vagas nos centros de compras também foi constatada por um site especializado em empregos.

Segundo Alex de Lima, administrador do Emprega Campinas “Diante da situação da economia neste ano [crise], o crescimento não era esperado. Temos que comemorar. Os shoppings estão reagindo”, disse.

Em todo o país, estima-se crescimento de 7,8% nas contratações temporárias, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). A instituição não divulgou números absolutos.

Eu não tinha trabalhado em loja e estou gostando. É sair da zona de conforto"

A vendedora Patrícia Bortolotto, de 30 anos, adquiriu em outubro uma vaga temporária em uma livraria de um shopping de Campinas. Ela ficou 18 meses sem trabalho, mesmo com oito anos de experiência em atendimento ao cliente em uma operadora de telefonia, fora o trabalho na recepção de uma academia de dança.

“Falaram para eu mandar o currículo seis meses depois, mas eu fiquei mandando toda semana porque sabia que tinha vaga”, ressalta Patrícia.  
        
Apesar de a vaga ser temporária, a vendedora ressalta a importância do trabalho no momento de crise. “Tem muita gente que tem medo de trabalho temporário ou preconceito. Não importa o temporário, para mim é uma oportunidade. Se esforçando, vira trabalho. Eu não tinha trabalhado em loja e estou gostando. É sair da zona de conforto”, explica.

Com o dinheiro, ela está mantendo a casa onde mora com pai. “É melhor do que nada”, finaliza.

De acordo com a Abrasce, o estado de São Paulo tem 177 shoppings em operação neste mês e mais um deve ser inaugurado nas próximas semanas. No país, os centros de compras faturaram R$ 151,1 bilhões em 2015.
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